Amazônia;
enorme, diversa, misteriosa. a Amazônia é um país à parte. Lá, um
brasileiro das cidades se sente estrangeiro, devido à distancia física e
à distancia cultural. A Amazônia é um lugar onde quase ninguém vai,
quase ninguém se preocupa e, quem sabe, por isto ela esta sendo
esquecida e brutalmente explorada. E o pior, ela está se acabando, sendo
destruída sem que o Brasil se comova, se mobilize. 
1. Localização, tamanho e clima
A
Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha
equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa
cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países
(Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru,
Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 km2, o que
equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda,
cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela
abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato
Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins.
O clima é
do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco
durante o ano, em torno de 26ºC. É muito comum na região, os períodos de
chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste
pelos ventos.
A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da
disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta
equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da
Terra. Apesar de ser o maior estado brasileiro (Amazonas), possui a
menor densidade demográfica humana, com menos de 10% da população do
país, 7.652.500 habitantes.
2. Um Retrato da Amazônia
Há
trinta anos atrás, a Amazônia estava quase intocada. Porém, nas últimas
três décadas suas árvores foram mais destruídas do que nos quatro
séculos anteriores. Isto ocorre nas regiões economicamente mais
atraentes, lugares onde há cidades e vilarejos, aí então a floresta é
atacada cruelmente.
Nas décadas da ditadura militar,
com medo de invasão da Amazônia por países vizinhos e com medo de que a
ONU mandasse para lá os pobres de outros países, o Brasil quis
colonizá-la rapidamente havendo um grande desmatamento. Porém não é um
caso perdido, ainda há áreas quase sem ocupação e trajetos ainda não
percorridos.Com boa vontade ela pode ser recuperada.
Desde
o fim dos anos 60, uma capa vegetal do tamanho da França já desapareceu
na Amazônia pela ação do fogo e das motoserras. Aos poucos, esta
floresta está sendo comida pelas queimadas, pelo furor das serrarias,
pela poluição descontrolada dos garimpos e pela instalação de fazendas
de gado em planícies férteis que funcionam também como berçário de
peixes. Porém nós brasileiros não estamos sabendo preservá-la. Ela está
se transformando em desmatamento, crescimento urbano, mineração,
represas (que inundam muito da floresta, alagam muitos habitats porém
produzem pouca energia), e exploração generalizada de seus recursos
naturais. Outro problema são os garimpos que deixam os rios envenenados
com suas descargas de mercúrio.
Não há registros sobre
extinção de espécies, porém as alterações do meio ambiente, a caça
predatória e a pesca centralizada em alguns peixes ameaçam um zoológico
de desaparecer. Dezenas de mamíferos e répteis estão na lista das
espécies em risco. Isto porque seus habitats estão sendo destruídos.
Por
que isto? Para que? Temos que entender que a Amazônia é a mais rica
floresta tropical do mundo e tem uma variedade indescritível de flora e
fauna. Isto criou a crença falsa de que ela é inesgotável, o mito de
superabundância. A verdade é outra. O solo argiloso ou arenoso da
Amazônia é fraco e as árvores se nutrem dos seus próprios materiais
orgânicos que caem no chão. Após retirada a capa verde, que se formou a
muito tempo, a Amazônia não tem força para se reerguer. Aliás ela só se
mantém por causa das chuvas da região. Essa chuva vem do Oceano
Atlântico e da evapotranspiração (evaporação do suor) da floresta. Sem a
cobertura vegetal não haveria tantas chuvas e o desequilíbrio ambiental
seria imprevisível. Então só à partir de uma quantidade de desmatamento
que a floresta poderá crescer novamente. O grande problema é que as
devastações ocorrem com mais intensidade em regiões pobres. Assim sendo,
se torna difícil proteger o verde uma vez que é necessário acabar com o
trabalho de subsistência dos habitantes. Habitante este que pega sua
velha caminhonete, entra na mata para surrupiar uma tora de madeira,
vender na serralheria mais próxima com preço muito barato para nutrir
seus filhos.
O governo sempre tentou encontrar soluções, ora simplistas, ora megalomaníacas. Soluções que nunca dão certo.
O turismo ecológico rende 260 bilhões de dólares por ano, porém a Amazônia, a grande Amazônia, leva apenas 0.01% desta verba.
O
pobre caboclo é que não está errando e sim o governo. Com tantas toras
estendidas no chão, até parece que estamos fazendo um bom negócio e o
governo se entusiasma. Isto sem saber que as madeiras retiradas daqui
são nobres mas baratas e que mesmo assim todo o comércio de madeira
nobre no mundo equivale somente a metade do que os americanos apuram com
a pesca esportiva.
A Amazônia poderia se desenvolver com atividades ecológicas, turismo ecológico e pesca controlada.
A
mineração também poderia ser uma força para a Amazônia pois se bem
feita pode render alto. Porém o Brasil sempre desconfiou destes projetos
quando tocados pela iniciativa privada.
A Amazônia
pode ser salva havendo fiscais controlando as serrarias legais, acabando
com os cortes de madeiras ilegais, proibindo certas queimadas (feitas
por camponeses para fertilizar as terras com as cinzas do fogo),
investindo em projetos de preservação da fauna e flora, investindo em
áreas lucrativas que não agridam o meio-ambiente, acabando com alguns
garimpos que produzem pouco porém descarregam muito mercúrio
(envenenando rios e a população), estudando melhor a área antes de
construir represas (se a represa for feita em lugar plano, as
correntezas não terão força para gerar energia) e acabando com a
exploração dos recursos em geral, proibindo caças e etc.
3. Chuvas e inundações na bacia amazônica
A
bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices
pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir
10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de
dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros
em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande
parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área
de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.
4. Rios da Amazônia
Rio
Amazonas: Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens
navegavam no rio Napo (que desemboca em outro rio maior), a leste dos
Andes. Passaram-se meses, e era incontável o número de afluentes que
engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a embarcação é
atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas.
Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-o do
alcance dos índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com
o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, lembra-se das
Amazonas - as guerreiras da mitologia grega - e batiza o rio que passa a
se chamar rio das Amazonas.
O rio Amazonas começa no
Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no Brasil com o
nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas do
rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.
No
período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível
normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e
trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo
freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia.
As
áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma
bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos.
Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
O
rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo
rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta
Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água
presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão
de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio
Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A
profundidade média é de 30 a 40 metros.
O rio
Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é
imbatível em volume d’água. Recebe cerca de 200.00km2 água por segundo
e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra
margem.
Pororoca: Na foz do rio Amazonas, quando a
maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem
ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a
pororoca. O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao
contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos
quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua
nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as
águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este
choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar
árvores e modificar o leito do rio.
No dialeto
indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado
exato, poroc-poroc, que significa destruidor.
Embora a
pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no
Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do
Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no
golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e
também nos rios Sena e Ganges.
Rio Negro: Suas águas
são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição da
matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada
pela inundações.
Como a água é muito ácida e pobre em
nutrientes, é este processo que garante a maior parte dos alimentos
consumidos pela fauna aquática.
Rio Solimões: Quando o
rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio Amazonas),
ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores
contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.
5. Dados sobre o Território
· Na Amazônia Brasileira caberiam 14 Alemanhas.
· Na Amazônia Brasileira caberiam 20 Inglaterras.
· A variedade de espécies de flora e fauna na Amazônia é grande porém a quantidade de cada espécie é muito pequena.
· Existem 3000 espécies de peixes na Amazônia, 15 vezes mais do que em todos os rios da Europa
· A Amazônia tem vinte mil quilômetros de rios navegáveis.
· Em 1994,15000 quilômetros quadrados de florestas foram derrubados – metade do território de Alagoas.
·
Para cada árvore que chega numa serraria, outras 27 caíram
inutilmente. No entanto nem esta uma é aproveitada, às vezes, porque as
serrarias usam técnicas rudimentares.
· Uma em cada cinco serrarias atuam sem licença.
· A indústria da madeira é a terceira em geração de empregos, empregando mais de 600 000 pessoas.
·
Para cuidar dos 5,1 milhões de quilômetros quadrados da
Amazônia Legal (Amazônia Brasileira), O Ibama tem somente 275 fiscais,
equivalente a um funcionário por 18500 km2.
·
Existem na Floresta Amazônica entre 5 milhões e 30 milhões de plantas
diferentes.(número que varia tanto porque poucas dessas plantas foram
estudadas).
· Existem lá 324 espécies de mamíferos.
· Num único dia, o Rio Amazonas despeja no Oceano Atlântico mais água do que toda a vazão do Rio Tâmisa no ano inteiro.
· Os rios de água barrenta sã os mais nutridos, onde há mais peixes e onde os solos as suas voltas são mais férteis.
· Já os escuros, os mais bonitos, têm água ácida e pobre com nutrientes.
· A maior mariposa do mundo vive na Amazônia, a Imperador. Ela tem 30 cm de envergadura
· O maior camarão de água doce, o pitu, vive na Amazônia. Ele chega a alcançar 48 cm da ponta do rabo às garras.
· Existem 300 espécies de répteis, desde cobras a lagartos na Amazônia.
·
Os índios brasileiros, que eram 6 milhões na época do
descobrimento, hoje são 300.000. Enquanto a população total do Brasil
cresceu 27 vezes, a dos índios diminuiu 20 vezes. Antes havia 1300
línguas indígenas agora há 170 só.
· É dos índios quase 12% do território nacional.
· O boto-rosa come 5 quilos de peixe por dia.
·
O peixe-boi, que aliás é um mamífero, é o maior animal da
Amazônia que pode atingir meia tonelada e 3 metros de comprimento.
· O pirarucu é o maior peixe de água doce e tem, em geral, dois metros e 200 quilos.
·
Há 53 grupos indígenas ainda isolados, sem contato com a
civilização tecnológica, todos na Amazônia. Estes estão despreparados
para enfrentar as doenças dos brancos.
· Espécie típica da Amazônia, o Preguiça, tem o cérebro do tamanho de uma azeitona.
· A maior águia do mundo, a Harpia Amazônica tem 97 centímetros de altura e sem alimenta de roedores e até de macacos.
·
O Sagüi-leãozinho, é o menor macaco do mundo e pesa 130 gramas.
É encontrado na Amazônia e é menor do que uma escova de dentes.
· O sapo cururu mede 30 centímetros e pesa mais de um quilo.
· A sucuri chega a medir 10 metros de comprimento e é a mais pesada e volumosa do mundo.
· A Aranha caranguejeira, a maior do mundo pode medir 28 centímetros com as patas abertas.
·
O rio Amazonas carrega dez Pães de Açúcar de terra por ano no
trajeto dos Andes até o Oceano Atlântico. Isto equivale a 800 toneladas
de areia.
· Em alguns rios da Amazônia, a
diferença do nível da água entre o período de seca e de cheia é igual à
altura de um prédio de oito andares. Por isso muitas lojas, casas e
postos de gasolina são flutuantes, construídos sobre toras de madeira e
amarrados à margem. Também há currais de bois e vacas e hortas
flutuantes.
· O rio Amazonas atinge a
profundidade de 120 metros em alguns trechos. Isto seria suficiente para
afundar nele a Estátua da Liberdade.
· Da nascente, até a foz, o Rio Amazonas percorre 6868 quilômetros, quase a mesma distância entre Nova York e Berlim.
·
Ao contrário do que quase todo mundo pensa, a Vitória-Régia não
é uma folha, e sim uma flor. Ela é um dos símbolos da Amazônia e mede
até dois metros de diâmetro.
Conclusão
Com
este trabalho me informei mais sobre a Amazônia, esta grande parte do
Brasil. Soube mais sobre o desmatamento, sobre as queimadas, o garimpo -
seus principais problemas. Pude concluir que com boa vontade,
determinação, bons projetos e novas formas de aproveitamento do solo a
Amazônia se recuperará. Porém se nada for feito daqui uns anos a
Amazônia será somente uma lembrança, uma boa lembrança.
“O
barulho que a serra faz na floresta, diariamente, é muito alto. Mas,
entre as autoridades responsáveis pelo meio ambiente, Parece que todo
mundo está usando protetores de ouvido.”
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